sábado, 1 de outubro de 2011

Inocência acadêmica

   No ano de 2009 prestei meu primeiro vestibular, fui aprovado e em 2010 ingressei no curso de ciências sociais da UEM. Não fazia muita ideia ou não pensei a respeito do que encontraria na universidade, mas possuía algumas expectativas, esperava um curso bem estruturado fisicamente, com bons professores para ensinar, alunos interessados em estudar e minimamente preocupados com a sociedade, entre outras coisas.
  Bom, não foi isso que encontrei no curso, muitos nem sabiam ao certo o que era ciências sociais para começar ou adentraram para o curso como segunda opção, boa parte demonstra pouco interesse até pelo nosso centro acadêmico que é uma alternativa política interessante para representar os alunos. Quanto aos professores, a decepção foi grande com muitos, vemos sua preocupação com o Lattes, com seus projetos pessoais e até um grande descaso com a graduação, parece que dar aula é um grande fardo a muitos.
  Descobri na universidade uma corrida política desenfreada, que envolve interesses particulares e de grupos, um mundo de sujeiras e intrigas, disputas mesquinhas que acabam por colocar a coletividade e a qualidade do curso em segundo plano, alguns tentam tornar seus objetivos como se fosse o de todos, enxerga-se a política no seu lado mais negativo possível. 
 Criam-se rachas entre todos, muitos pensando apenas em si e o que lhes interessa, usam de artimanhas para fazerem jogos políticos e criarem um mal estar entre todos, incluindo professores e alunos, todos ficam com "frescuras" e o diálogo importante que ajuda a construir um curso melhor fica difícil, nisso tudo, entra o orgulho de cada um, cria-se uma intransigência que prejudica a todos.
  Existe mais podridão por baixo deste tapete, com certeza verei mais barbaridades e disputas no campo acadêmico, lugar com pessoas "cultas" e que acabam gerando problemas idiotas, ideologias se chocam da pior maneira possível, num sentido negativo. Vendo tudo isso, aos poucos vou perdendo minha ingenuidade acadêmica, descobrindo o que está por trás das cortinas e não é aparente numa primeira observação, o que me decepciona bastante, mas sei também que existem pessoas boas na universidade e que tentam mudar este panorama, que tentam criar resistência ao sistema como está e é nestes que me espelho para continuar nesta selva de animais selvagens, aos poucos, aprendo onde pisar e a conhecer o terreno.  

2 comentários:

  1. Sem motivo para essa ingenuidade, não é, Rafael? Você esperava mesmo que a universidade fosse melhor que o ensino médio, no que concerne às atitudes das pessoas? Mas pessoas são tão parecidas; a única coisa é que e na universidade são animais mais cultos.
    Não tive esse problema, possivelmente porque eu entrei no Direito com as piores expectativas, então até acabei me surpreendendo positivamente, vendo que não era tão insuportavelmente podre como eu pensava, que dá pra fazer alguma coisa ali se você tiver boa vontade, apesar das bases tortas. =/

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  2. Se eu fizesse direito, provavelmente, não teria esse problema, mas quando se faz ciências sociais as expectativas são outras, mas percebi que muitos nem sabiam ao certo o que era o curso.

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