domingo, 20 de janeiro de 2013

A velha história de ser a melhor do Paraná...

  Faz tempo que não passo por aqui para escrever alguma coisa, levei a sério esse negócio de férias, mas a velha história de a UEM (Universidade Estadual de Maringá) ser eleita a melhor universidade do estado já me incomoda, principalmente quando vejo os alunos da instituição se gabando deste título, como se ele representasse excelência de fato, mas, na realidade, só mascara o sucateamento da educação, o que me motivou a escrever isto aqui.
  Já perdi as contas de quantos anos seguidos a UEM ganha este título de melhor do Paraná, obviamente, a instituição faz questão de alardear isto, estes títulos ajudam a conseguir ou a pleitear alguns recursos em um canto ou outro, sem contar o status adquirido, gostaria eu que isso representasse, efetivamente, uma grande qualidade do campus.
   A melhor universidade do Paraná não tem uma política de assistência estudantil decente, pautada em bolsa trabalho e no restaurante universitário (RU), restaurante que ficará fechado este ano por OITO MESES e ninguém havia pensado numa alternativa para isto até o DCE questionar os responsáveis; quando foi apresentada uma alternativa, ela está longe de ser a ideal, enquanto o RU serve três mil refeições diárias, a proposta apresentada pretende servir entre quatrocentas e oitocentas diárias, sem café da manhã. Vale lembrar que apenas o campus sede possui RU, os campi ficam reféns de cantinas ou restaurantes privados que cobram um valor mais elevado. Para quem não sabe, o RU cobra um preço bem abaixo do mercado por suas refeições, o que viabiliza a permanência de muitos alunos na universidade.
  Na melhor do Paraná, novos cursos foram abertos recentemente, mas não havia blocos e salas disponíveis para as novas turmas, tendo aula em qualquer lugar ou até mesmo embaixo de escadas; também não havia professores contratados, tendo que contratar temporários ou pegar "emprestados" com outros departamentos. Mas não são apenas os cursos novos que sofrem com isso, os outros também.
   A falta de funcionários não se restringe aos professores, faltam vigias e zeladores, eles mesmos colocam avisos nos quadros pedindo que os alunos colaborem na limpeza e organização porque há falta de pessoal - embora os alunos possam e devam colaborar com isso, mesmo que o quadro de funcionários estivesse completo.
  Até aqui, falei de coisas bem gerais, se você partir para as necessidades específicas de cada curso, a lista é interminável, cada vez que o DCE reúne os cursos para reivindicar pautas, surgem milhões de outros problemas.
  Meu objetivo não é desmerecer a UEM, lugar onde estudo, o próprio fato de a universidade ser pública e gratuita já é uma grande conquista para a população, só não quero que fechemos os olhos para os problemas que a universidade tem e eles são sérios. Não quero esconder a realidade sob títulos, ser a melhor do Paraná não significa que não temos problemas, não podemos nos iludir, este título não significa nada quando ainda temos muito a melhorar, tanto quanto "as universidades que ficaram para trás" nesta concorrência. Você, aluno da UEM, se preocupe em lutar para melhorar sua universidade que fica cada dia mais precária e não em se gabar de um título ilusório, a realidade é bem mais obscura na UEM, não caracterizada em apenas uma honraria.