No velho flerte com a morte de um bom vivo
Desde que me lembro
Há algo que anda junto comigo
Não sei se é tristeza
Não sei se é inconformismo
Só sei que me derruba
Não sinto todas as dores do mundo
Mas as poucas que percebo já bastam para me derrubar
A cada dia achando um motivo para continuar
Nem todo doce é suficiente
Já não sinto o gosto do rum
Luto por quem?
Às vezes a causa parece perdida
Mas a esperança se renova até a próxima esquina
Sempre no lugar errado esperando oportunidade
Sempre com as pessoas erradas, nunca conheci as certas
Talvez elas se escondam de mim
Talvez porque são chatas
Os insanos e perturbados me agradam, eles que me cercam
Fora normais!
É tão difícil ouvir o sim
Quase acostumado a ouvir somente não
Mas o costume não diminui a dor
A cada um parece mais difícil
Mas ainda estou vivo
Invejo os alienados
Já não tenho como nunca tive aquele sorriso espontâneo de completa felicidade
Só sai aquele de irônico e que parece de louco
Ao som do que é mais depressivo, que me me parece familiar
Ainda não vendi a alma ao diabo, mas já conheci o inferno, lugar divertido
Não seja tão sincero, descobri que os outros não gostam
Faça o que der vontade, mas aguente as consequências
Caso contrário, pare de brincar
Nem sei porque fiz isso
Motivo nunca foi necessidade
Eu mesmo tenho nojo do lado romântico, mas não consigo abandoná-lo
Não sou o mais requisitado, é normal ser abandonado
Esquecido por nunca ter presença
Conheço uns poucos, mas logo os deixo, espero que isso termine
Espero que termine também o maldito capitalismo
Mas o resto fica pra outra história
Essa foi mais uma que saiu do baralho
Aliviou a mente
E transcendeu a palavra
"Porque na muita sabedoria há muito enfado; e o que aumenta em conhecimento, aumenta em dor." Eclesiastes 1:18
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