quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Quanta loucura!

  Certo dia, estava eu a folhear umas revistas, que momento lamentável aliás, pois eram revistas como a Veja e Isto É que estavam na sala, no meio de tantas propagandas e coisas desinteressantes havia uma reportagem que me chamou a atenção pelo lado cômico, ao menos eu achei isso. Enfim, era uma reportagem sobre novas profissões e uma das profissões era sobre pessoas que procuram a  cara-metade para clientes que as contratam.
  Na momento eu pensei: quanta loucura! E ri de trágico que isso me pareceu.
 Nunca pensei que existiria esse tipo profissão, a que ponto estamos chegando, não temos tempo de conhecer pessoas, segundo a reportagem, quem procura este tipo de serviço são pessoas que têm uma vida atarefada e sem tempo para nada, ou seja, eu diria que são pessoas sem tempo de viver.
  Isso me lembrou um monte de outras profissões que eu acho estranhas, como aquelas que ensinam etiqueta e de como se vestir, onde fica a espontaneidade, onde fica a vontade própria, possivelmente, na lata do lixo. Tudo bem que pessoas sobrevivem destas profissões, mas elas representam o ápice da coerção para que alguém se adeque às normas sociais e da pressão que as pessoas sentem para se enquadrar, só porque alguém falou que algo é certo não significa que é bom ou tem a ver com você.
  Mas não sei bem o que pensar disto, apenas fica a breve reflexão sobre profissões que fazem aquilo que mexe com o que é mais pessoal de cada um, sua vida amorosa, sua roupa, sua maneira de ser. Se todos procurassem um personal alguma coisa para fazer tudo, provavelmente o mundo seria mais chato, acho que é a única coisa certa, imagina todos esquadrinhados conforme a tendência da estação.

  

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Democracia representativa

  Quando caiu a ditadura, a maioria ficou feliz com a abertura política e a vinda da tão sonhada democracia representativa.
  Mas, será que a democracia não se tornou outro tipo de ditadura? Todos estão realmente representados no atual sistema político? Democracia só representa participação popular a cada dois anos no período eleitoral?
  A democracia nos livrou de uma repressão ditatorial, mas ainda assim, poucos continuam no poder, o atual sistema favorece a quem tem poder econômico e pode levar suas propostas a mais gente.
  Vemos sempre os mesmos ocupando cargos no poder político, tanto localmente quanto nacionalmente, é culpa do povo que vota? Penso que não, os mesmos permanecem no cenário político porque têm poder, têm recursos, aparecem na mídia e contam com bons parceiros na sociedade. Tais sujeitos sufocam as outras opções de voto, controlam o que está a seu alcance para se perpetuarem.
  Se tornou um lugar comum ouvirmos dizer que os políticos devem trabalhar para o bem geral, para o bem coletivo e não apenas para seus eleitores. Me parece que nem para seus eleitores os políticos trabalham, na verdade, agem de acordo com seus patrocinadores de campanha. Pessoas e instituições não financiam um político por bondade, por altruísmo, mas sim, porque esperam algum retorno, um benefício compensatório pela ajuda prestada. Desse modo, a política que era para ser pública, acaba se tornando uma balcão de negócios do meio privado, o interesse particular prevalece e parece que ninguém se importa com isso. 
  No fim, o que tudo indica, é que temos a democracia para poucos, para aqueles que conseguem e sabem utilizar o sistema defeituoso a seu favor, tornam o seu interesse em público, como se fosse de todos.
  Quando parece que algo é feito em benefício popular, muitas vezes esconde a ideia futura de um novo mandato e o prestígio necessário a seus fins. Talvez, um dia, o povo consiga aproveitar melhor tudo que envolve o enredo político.
  Por quanto tempo ainda teremos uma "pseudo-democracia"? Não tenho a resposta, não sou vidente ou algo do tipo, mas entendo que precisamos rever a política atual, não diria para chegarmos à perfeição, mas, ao menos deixá-la mais justa, mais aberta, realmente mais democrática e não apenas na ridícula aparência atual.  

domingo, 6 de novembro de 2011

Onde estão os grandes pensadores?

  Onde estão os grandes pensadores? Não aparecem mais sujeitos como Karl Marx, Rousseau, Weber, Durkheim, etc.
   Na área de ciências humanas parece que não surge nada de novo, só reproduzimos e "atualizamos" o que os grandes já elaboraram, muitas vezes é dito mais do mesmo, sem nada de inovador. Não temos mais grandes teorias sendo produzidas, tudo fica limitado a artigos, teses e dissertações que trazem algo restrito, bem circunscrito a um pequeno objeto. Obviamente, existem exigências da academia e uma lógica produtivista que não visa a qualidade, mas sim, a quantidade, a produção científica aumenta cada vez mais, mas isso não se reflete em algo que realmente contribua com o conhecimento, o debate e a reflexão.
  Sem contar que os humanos de hoje parecem mais medíocres na capacidade intelectual, o ensino está ampliado, mas tudo indica que pouco qualificado, temos gente saindo da escola sem saber ler ou interpretar um texto simples, se engana quem pensa que isso ocorre somente com jovens do ensino público, o privado apresenta o mesmo problema (algo que se verifica numa universidade que junta alunos de escolas públicas e particulares), formam gente sem capacidade de reflexão também. Foi ampliado o acesso ao estudo, mas isso não veio acompanhado de qualidade, não somos levados a pensar, mas sim, a decorar fórmulas e "técnicas" para passar no vestibular.
  A vida moderna parece atrapalhar e distrair cada vez mais as pessoas, não sobra muito tempo para estudar horas seguidas, é tanta coisa chegando, temos o mundo da internet com um monte de bobagens que não exigem muito do nosso cérebro, temos televisão nos alienando e passando fragmentos da realidade, enfim, parece que nada contribui para o melhoramento intelectual da humanidade.
  Me parece que regredimos na capacidade de pensamento, até onde o mundo moderno influencia isso? Eu não sei. O que realmente está acontecendo? Infelizmente, também não tenho a resposta, o que vejo e que me preocupa é um monte de gente incapaz de pensar e cada vez mais se condiciona a isso.